Uma ação coletiva movida no tribunal federal de San Jose, Califórnia, na sexta-feira, alega que o serviço de armazenamento iCloud da Apple mantém arquivos importantes exclusivamente dentro do iCloud, o que poderia criar um ambiente que sufocaria a concorrência e aumentaria os preços para os consumidores.
A classe proposta consiste em dezenas de milhões de clientes em todo o país.
A Apple oferece aos compradores que compram seu iPhone, iPad e outros hardwares armazenamento iCloud gratuito para até 5 GB de dados. Depois que um usuário atinge esse limite, ele precisa assinar o iCloud+ em seu dispositivo Apple para continuar armazenando fotos, arquivos, backups e outros recursos – por uma taxa mensal. Nos Estados Unidos, 50 GB de armazenamento no iCloud+ custam US$ 0,99 por mês, até 12 TB de armazenamento por US$ 59,99 por mês.
De acordo com o processo, embora provedores de nuvem concorrentes como Microsoft e Dropbox possam hospedar fotos e vídeos tirados em dispositivos Apple, a Apple os impede de acessar alguns arquivos restritos contendo dados de aplicativos e configurações, que são críticos se um usuário precisar restaurar seu dispositivo quando ele for substituído. Assim, um cliente que usa a plataforma em nuvem do Google para armazenar seus vídeos ainda teria que usar o iCloud para armazenar arquivos restritos.
“Como a Apple sabe, esta é uma opção pouco atraente”, afirma o processo.
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O processo tenta frustrar qualquer tentativa da Apple de explicar que mantém determinados arquivos restritos com base na segurança, apontando que a Apple usa infraestrutura de outras empresas para hospedar dados do iCloud. Para contextualizar, o iCloud parece implementar medidas de segurança semelhantes às do Google Drive, e os níveis de armazenamento iCloud da Apple têm preços semelhantes aos da concorrência. Enquanto isso, 2 TB de armazenamento iCloud custa US$ 9,99, o mesmo preço que o Dropbox e o Google cobram.
O processo apontou para as margens de lucro de 80% da Apple para o iCloud, que são 36% superiores às margens gerais da empresa, e alegou que “as restrições da Apple podem ser explicadas de forma coerente apenas como uma tentativa de reprimir a concorrência”. O iCloud da Apple produziu “lucro quase puro” para a empresa e foi “indisciplinado pela concorrência”, de acordo com o processo.
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O negócio de serviços da Apple, que inclui assinaturas como iCloud, atingiu um recorde no ano passado e continua a crescer. A Apple anunciou em fevereiro que faturou US$ 119,6 bilhões no último trimestre, um aumento de 2% ano após ano.
“A Apple está relatando um crescimento de receita no trimestre de dezembro, impulsionado pelas vendas do iPhone e um recorde histórico de receita em serviços”, afirmou Tim Cook, CEO da Apple, na época.