Principais vantagens:
O Quénia planeia introduzir um quadro jurídico para regular as criptomoedas. O governo pretende promover a inovação e, ao mesmo tempo, gerir os riscos financeiros. A política visa a utilização crescente de ativos virtuais entre os jovens do Quénia.
De acordo com o secretário do Gabinete do Tesouro, John Mbadi, o Quénia deverá introduzir legislação que legalize as criptomoedas. O governo há muito que proíbe os activos digitais, mas a sua utilização continuou num mercado clandestino.
Mbadi confirmou que está agora a ser desenvolvido um sistema regulamentar para gerir activos virtuais (VAs) e prestadores de serviços de activos virtuais (VASPs), ao mesmo tempo que aborda riscos potenciais.
Na sua declaração, Mbadi destacou que o ambiente legal ajudaria a maximizar os benefícios das criptomoedas, apesar das preocupações com questões como lavagem de dinheiro, financiamento do terrorismo e fraude. Ele garantiu que a política criaria um “mercado justo, competitivo e estável”, ao mesmo tempo que encorajaria a inovação e a literacia financeira em todo o país.
A mudança de postura do governo faz parte de uma tendência global mais ampla, com países como Marrocos, os EUA e a Rússia a explorar abordagens regulamentares às moedas digitais. Mbadi destacou que a longa história de inovação financeira do Quénia, especialmente através de serviços de dinheiro móvel como o M-Pesa da Safaricom, posiciona bem o país para abraçar o mundo em evolução dos activos digitais.
Os ativos criptográficos ganharam popularidade no Quénia devido à sua velocidade, rentabilidade e anonimato nas transações transfronteiriças. No entanto, a falta de regulamentação aumentou os riscos, incluindo atividades ilegais e fracas proteções ao consumidor.
Em 2023, a Avaliação Nacional de Riscos sobre Ativos Virtuais do Quénia concluiu que os jovens do país, especialmente aqueles entre os 18 e os 40 anos, demonstram interesse em criptomoedas. No entanto, com este interesse vem o risco de fuga desenfreada de capitais, fraude e outros crimes financeiros, que o governo pretende coibir com regulamentação adequada.
Mbadi também destacou que o crescimento global dos activos digitais, particularmente no rescaldo da crise financeira de 2007-2008, levou os países de todo o mundo a explorar novas formas de gerir estes activos.
À medida que o Quénia avança com os seus planos, a nova política visa posicionar o país como um interveniente-chave no ecossistema financeiro digital global, com um quadro adaptável que possa responder aos desafios locais e internacionais.