Foi a única feira que faltou para permitir uma viagem mundial de arte sem sair de Paris. Depois da Asia Now, da AKAA (também conhecida como África) e da Menart, com foco no Oriente Médio, vem Mira, para a arte latino-americana. Será realizado de 18 a 22 de setembro na Maison de l’Amérique Latine, instituição cultural e diplomática latino-americana instalada em duas mansões no sétimo arrondissement da cidade.
“Mira significa ‘olhar’ em espanhol. É uma forma de convidar as pessoas a olharem para o que está acontecendo em outras partes do mundo”, diz Manuela Rayo, diretora da feira, radicada em Paris e nascida na Colômbia. Atualmente atua como chefe de relações externas no RMN-Grand Palais e supervisionou a organização de feiras recentes realizadas no Grand Palais Éphémère. Também trabalhou no festival Barcú em Bogotá.
“Paris afirma-se cada vez mais como capital da arte e da cultura contemporâneas, fortalecida pela chegada de galerias como a Mendes Wood DM”, afirma. “Chegou a hora de preencher um espaço vazio, o da cena latino-americana”.
“Escolhemos setembro, uma época um pouco mais tranquila, para evitar sermos inundados pela agitação de outubro em Paris”, diz Rayo. A data também situa Mira “seis meses depois do Arco Madrid, que é dedicado em parte à arte latina. Mas esta cena também precisa ser exportada para outros lugares”.
Com cerca de 20 expositores, esta “feira boutique” reunirá galerias da América Latina, algumas com filiais na Europa e outras já estabelecidas em Paris. Galerias do Brasil, México, Argentina, Peru e Colômbia já confirmaram participação, sendo que várias delas expõem na Art Basel Miami Beach ou Untitled Miami. “A América Latina representa uma região enorme e uma cultura muito rica – fotografia, escultura, pintura. Um cenário marcado por muitas questões políticas ou pós-coloniais, pelo compromisso com a história, entre outras coisas. diz. Pretende dar aos artistas expostos na feira “acesso a colecionadores europeus”.
Para reduzir a pegada de carbono da exposição, está sendo considerado um plano logístico especial, por meio de uma parceria para o transporte de obras por barco a partir das Américas.